AULAS 3 E 4 – LEIO, LOGO EXISTO!

Olá
Você está na AULA 03 e 04 de Língua Português para o 3º Ano do Ensino Médio, do professor Antonio Archangelo, da Escola Estadual Zita de Godoy Camargo, Rio Claro/SP.

Durante o período de isolamento social, este material garantirá a continuidade de seus estudos visando, sobretudo, manter o vínculo com a comunidade escolar e as metas/objetivos de vida para este ano letivo. Em cada uma das atividades você terá que:

Assistir as aulas no Centro de Mídias;
Concluir a leitura do Roteiro disponibilizado neste site, no grupo de WhatsApp, no Google Classroom ou impresso na escola;
Concluir a leitura complementar sugerida / Participar do projeto de prática;
Concluir o Exercício proposto;
Participar do Fórum.

PROGRAMAÇÃO CMSP

EtapaHorárioCanal de Exibição16/Feb18/Feb
1ª série do EM19hTV Educação + APPLíngua PortuguesaLíngua Portuguesa
Objetivos da aula:
• Ler trechos do gênero textual romance e associá-lo ao contexto de produção, situando os aspectos históricos;
• Identificar, nesse gênero textual, os efeitos de sentido decorrentes dos recursos linguísticos e semióticos que sustentam a sua • Identificar as características que definem o gênero textual romance;
• Reconhecer as marcas próprias desse gênero textual: constituição de sentidos por meio da linguagem empregada;
• Analisar aspectos do romance que o identificam como fato imaginário, porém verossímil.

VAMOS ASSISTIR?

VÍDEO 1 – Aula do CMSP

https://www.youtube.com/watch?v=oWeJSrdNP5Q
  1. Leia o excerto do texto literário “A Escrava Isaura” de Bernardo Guimarães.

A Escrava Isaura
Capítulo 1

Era nos primeiros anos do reinado do Sr. D. Pedro II. No fértil e opulento município de Campos de Goitacases, à margem do Paraíba, a pouca distância da vila de Campos, havia uma linda e magnífica fazenda. Era um edifício de harmoniosas proporções, vasto e luxuoso, situado em aprazível vargedo ao sopé de elevadas colinas cobertas de mata em parte devastada pelo machado do lavrador. Longe em derredor a natureza ostentava-se ainda em toda a sua primitiva e selvática rudeza; mas por perto, em torno da deliciosa vivenda, a mão do homem tinha convertido a bronca selva, que cobria o solo, em jardins e pomares deleitosos, em gramais e pingues pastagens, sombreadas aqui e acolá por gameleiras gigantescas, perobas, cedros e copaíbas, que atestavam o vigor da antiga floresta. Quase não se via aí muro, cerca, nem valado; jardim, horta, pomar, pastagens, e plantios circunvizinhos eram divididos por viçosas e verdejantes sebes de bambus, piteiras, espinheiros e gravatás, que davam ao todo o aspecto do mais aprazível e delicioso vergel.

[…] A favor desse quase silêncio harmonioso da natureza ouvia-se distintamente o arpejo de um piano casando-se a uma voz de mulher, voz melodiosa, suave, apaixonada, e do timbre o mais puro e fresco que se pode imaginar. Posto que um tanto abafado, o canto tinha uma vibração sonora, ampla e volumosa, que revelava excelente e vigorosa organização vocal. O tom velado e melancólico da cantiga parecia gemido sufocado de uma alma solitária e sofredora. Era essa a única voz que quebrava o silêncio da vasta e tranqüila vivenda. Por fora tudo parecia escutá-la em místico e profundo recolhimento. Malvina aproximou-se de manso e sem ser pressentida para junto da cantora, colocando-se por detrás dela esperou que terminasse a última cópia.

– Isaura!… disse ela pousando de leve a delicada mãozinha sobre o ombro da cantora.

– Ah! é a senhora?!

– respondeu Isaura voltando-se sobressaltada.

– Não sabia que estava aí me escutando.

– Pois que tem isso?… continua a cantar… tens a voz tão bonita!… mas eu antes quisera que cantasses outra coisa; por que é que você gosta tanto dessa cantiga tão triste, que você aprendeu não sei onde?…

– Gosto dela, porque acho-a bonita e porque… ah! não devo falar…

– Fala, Isaura. Já não te disse que nada me deves esconder, e nada recear de mim?…

– Porque me faz lembrar de minha mãe, que eu não conheci, coitada!… Mas se a senhora não gosta dessa cantiga, não a cantarei mais.

– Não gosto que a cantes, não, Isaura. Hão de pensar que és maltratada, que és uma escrava infeliz, vítima de senhores bárbaros e cruéis. Entretanto passas aqui uma vida que faria inveja a muita gente livre. Gozas da estima de teus senhores. Deram-te uma educação, como não tiveram muitas ricas e ilustres damas que eu conheço. És formosa, e tens uma cor linda, que ninguém dirá que gira em tuas veias uma só gota de sangue africano.

[…] Mas, senhora, apesar de tudo isso, que sou eu mais do que uma simples escrava? Essa educação, que me deram, e essa beleza, que tanto me gabam, de que me servem?… são trastes de luxo colocados na senzala do africano. A senzala nem por isso deixa de ser o que é: uma senzala.

– Queixas-te da tua sorte, Isaura?…

– Eu não, senhora; não tenho motivo… o que quero dizer com isto é que, apesar de todos esses dotes e vantagens, que me atribuem, sei conhecer o meu lugar.

GUIMARÃES, Bernardo. A Escrava Isaura. Domínio Público. Disponível em: . Acesso em: 05 ago. 2020.

VÍDEO 2 – Escrava Isaura

https://www.youtube.com/watch?v=iSxtVzfbTcw

HORA DE REGISTRAR

Agora, é com você, estudante! Esse texto é um excerto do texto literário (romance) “A Escrava Isaura”, de Bernardo Guimarães. Assim como “Iracema”, a obra em epígrafe marca a época de instauração da prosa romântica no Brasil. Ela foi adaptada para a televisão, no gênero textual novela. Assim, em sua percepção, que aspectos poderiam ser citados quanto às diferenças entre as duas produções artísticas? Faça uma exposição oral. Faça esse registro através de áudio ou vídeo e socialize-o por meio do aplicativo social (facebook, twitter, tiktok, WhatsAspp, dentre outros) e marque o perfil do professor. Indique o local da postagem aqui.

2. De acordo com a leitura dos textos, responda às questões a seguir:

a. Após a análise do trecho literário da obra “Iracema” e do trecho de “A Escrava Isaura”, identifique os
elementos inerentes à estrutura do texto literário narrativo, do gênero textual romance.

b. Identifique as abordagens temáticas, trazidas pelos trechos dos textos literários citados e descreva qual a relação com a história do país, no período de produção dessas obras literárias.

3. Leia com atenção este fragmento, retirado da obra “A Escrava Isaura”, lido anteriormente:

A senzala nem por isso deixa de ser o que é: uma senzala.

Queixas-te da tua sorte, Isaura?…

Eu não, senhora; não tenho motivo… o que quero dizer com isto é que, apesar de todos esses dotes e vantagens, que me atribuem, sei conhecer o meu lugar.

a. Com base nesse fragmento, podemos identificar quais situações referentes às relações humanas?

b. Retire desse excerto o fragmento que evidencia a angústia, a dor e o descontentamento da personagem Isaura em relação à sua condição de escrava.

Deixe um comentário

Descubra mais sobre Portal Archa

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue lendo