
A qualidade é definida como sendo o grau de correlação entre as características, do projeto ou do produto gerado pelo esforço do projeto, e os seus requisitos. Ou seja, ele (o projeto ou o produto) deve estar em conformidade com os requisitos solicitados pelo cliente e demais partes interessadas. Nem a mais ou a menos.
Gold plating – Refere-se a dar ao cliente mais do que foi especificado e aprovado. Refere-se a adicionar ao produto do projeto, de forma arbitrária, funcionalidades ou características que não foram solicitadas pelos clientes e partes interessadas, porque a equipe do projeto considera que o resultado seria melhor.
Entradas para Planejamento da Qualidade
1. Política de qualidade
A política de qualidade pode ser definida como “as intenções globais e o direcionamento de uma organização referente à qualidade, como expresso formalmente pelo mais alto nível de gerência (top management)”. A política de qualidade da organização pode frequentemente ser adotada “como está” para ser usada pelo projeto. Entretanto, se na organização faltar uma política de qualidade formal, ou se o projeto envolver múltiplas organizações (como as joint-venture), a equipe de gerência do projeto necessitará desenvolver uma política de qualidade própria para o projeto.
Seja qual for a origem da política de qualidade, a equipe de gerência do projeto é responsável por garantir que as partes envolvidas do projeto estejam plenamente conscientes dela.
2. Declaração do escopo
A declaração do escopo é a entrada chave para o planejamento da qualidade, uma vez que ela documenta os principais subprodutos do projeto bem como os objetivos do projeto que servem para definir importantes requisitos das partes envolvidas.
3. Descrição do produto
Embora os elementos da descrição do produto possam estar incorporados na declaração do escopo, a descrição do produto conterá freqüentemente detalhes de questões técnicas e outros aspectos, que podem afetar o planejamento da qualidade.
4. Padrões e regulamentações
A equipe de gerência do projeto deve considerar qualquer padrões ou regulamentações de áreas de aplicação específicas que possam afetar o projeto.
5. Outras saídas de processos
Adicionalmente à declaração do escopo e à descrição do produto, os processos de outras áreas de conhecimento podem produzir saídas que devem ser consideradas como parte do planejamento da qualidade. Por exemplo, o planejamento de aquisições pode identificar as exigências de qualidade dos contratantes que devem estar refletidas em todo o plano de gerência da qualidade.
6. Técnicas e Ferramentas para o Planejamento da Qualidade
6.1 Análise de custo/benefício
Os processos de planejamento da qualidade devem considerar as relações de custo/benefício. O principal benefício em se satisfazer os requisitos de qualidade é um menor retrabalho, o que significa maior produtividade, custos mais baixos e aumento na satisfação das partes envolvidas. O principal custo para se atingir os requisitos de qualidade é o gasto associado com as atividades de gerência da qualidade do projeto. É um axioma da disciplina da gerência da qualidade que os benefícios superam os custos.

6.2 Benchmarking
O Benchmarking envolve comparar as práticas reais ou planejadas do projeto com as de outros projetos, para gerar idéias para a melhoria e para fornecer um padrão pelo qual se possa medir o desempenho. Os outros projetos podem estar dentro da organização ou fora dela. Podem ainda estar dentro da mesma área de aplicação ou em outra área.


6.3 Fluxogramação (Flowcharting).
Um fluxograma é qualquer diagrama que mostre como os vários elementos de uma sistema se relacionam. As técnicas de Flowcharting comumente usadas na gerência da qualidade são:
Diagrama de Causa e Efeito(cause-and-effect diagrams), também conhecido como diagrama de Ishikawa ou diagrama espinha de peixe (fishbone diagram) ilustra como várias fatores podem estar ligados com problemas ou efeitos potenciais.

Fluxogramas de Sistema ou Processo que mostram como os vários elementos do sistema se interagem.
Os fluxogramas podem auxiliar a equipe do projeto a antecipar quais e onde os problemas de qualidade podem ocorrer e, desta forma, podem auxiliar na elaboração de abordagens para lidar com eles.
6.4 Projeto de experimentos (Design of Experiments)
O desenho de experimentos é um método estatístico que auxilia a identificar que fatores provavelmente influenciam determinadas variáveis. A técnica é mais frequentemente aplicada ao produto do projeto (por exemplo, os projetistas do setor automobilístico podem desejar determinar que combinações de suspensão e pneus produzirão as mais vantajosas características de locomoção a um custo razoável).
Essa técnica pode, também, aplicar-se às questões da gerência de projeto, tais como os balanceamentos entre prazo e custo.

6.5 Custo da qualidade
O custo da qualidade refere-se ao custo total de todos os esforços empreendidos para atingir a qualidade do produto/serviço, e inclui todo o trabalho para garantir a conformidade com os requisitos, bem como todo o trabalho resultante da não conformidade com os requisitos. Existem três tipos de custos: custos de prevenção, custos de avaliação e custos de falha, onde o último é desmembrado em custos de falha interna e externa.

7. Saídas do Planejamento da Qualidade

7.1 Plano de gerência da qualidade
O plano de gerência da qualidade deve descrever como a equipe de gerência de projeto irá implementar sua política de qualidade. Na terminologia ISO 9000, ele deve descrever o sistema de qualidade do projeto: “a estrutura organizacional, responsabilidades, procedimentos, processos e os recursos necessários para implementar a gerência da qualidade”.
O plano de gerência da qualidade fornece a entrada para o plano geral do projeto e deve ser dirigido para o controle da qualidade, garantia da qualidade e melhoria da qualidade do projeto.
O plano de gerência da qualidade pode ser formal ou informal, muito detalhado ou bastante amplo, tendo como base os requerimentos do projeto.
7.2 Definições operacionais
Uma definição operacional descreve, de forma bastante específica, o que significa cada elemento e como ele será medido no processo de controle da qualidade. Por exemplo: não é suficiente dizer que alcançar as datas planejadas no cronograma é uma forma de medida da gerência da qualidade; a equipe de gerência do projeto deve também indicar se cada atividade deve iniciar no prazo ou apenas terminar na data programada; quando se deve medir cada atividade individual ou apenas alguns subprodutos e, neste caso, quais deles. As definições operacionais, em algumas áreas de aplicação, são também chamadas de métricas (metrics).
7.3 Checklists (Lista de verificações)
Um checklist é uma ferramenta estruturada, normalmente contém itens específicos, utilizados para verificar se um conjunto de passos necessários estão sendo efetuados. Os checklists podem ser simples ou complexas. Usualmente utilizam-se frases imperativas (“Faça isto !”) ou interrogativas (“Você fez isto ?”). Muitas organizações possuem checklists padrões disponíveis para garantir consistência nas tarefas freqüentemente realizadas. Em algumas áreas de aplicação, as checklists estão também disponíveis em associações de profissionais ou em fornecedores de serviços comerciais.
7.4 Entradas para outros processos
O processo de planejamento da qualidade pode identificar uma necessidade de atividade adicional em outra área.
*Retirado de <https://www.cin.ufpe.br/~if717/Pmbok2000/pmbok_v2p/wsp_8.1.html#:~:text=8.1&text=O%20planejamento%20da%20qualidade%20envolve,e%20determinar%20como%20satisfaz%C3%AA%2Dlos>Acesso 01.set.2020.