Por Antonio Archangelo (antonioarchangelo@gmail.com)
A análise etimológica não é suficiente quando se pretende, audaciosamente, responder a pergunta: O que é Filosofia?
Talvez, possamos de posse de algo mágico ou divino, utilizar tal ramo, ou melhor a raiz do conhecimento humano, para evidenciarmos que estamos vivos, que sentimos medo, que buscamos um sentido da vida.
Talvez o sentido da vida seria uma das grandes charadas que a Filosofia ousa responder. Ou dar-nos prontos uma receita de como viver a vida e como encarar a morte que é certa.
Por mais grandioso que um homem possa ser, em termos humanos, ser príncipe, rei, doutor, o vazio da sua existência pode lhe levar para o abismo.
Não há riqueza que busque a auto-reflexão de sua própria razão. Nem poder, nem posses…
Assim somos, de certa forma, iguais, possuímos todos a capacidade de auto-reflexão de saber, de algum modo, que estamos vivos. Mesmo que, por algum infortúnio, estivessemos imóveis e incomunicáveis.
Ou, talvez, a Filosofia e os filósofos não queiram responder nada. Apenas sistematizar fluxos elétricos cerebrais de forma compreensível.
Pois, não há mistério maior do que estar vivo. Por mais científico e racional, não damos conta, por diversas vezes, de quão complexo é o arranjo atômico, quanto mágico e atemporal é este ajuntamento desencadeado pela química universal, pelo motor imóvel, pelo demiurgo, por qualquer que seja a causa inicial deste movimento que defino aqui como sopro divino.
Se tal condição, seja ela uma ilusão química, uma prisão a la Matrix, ou uma simples quando uma troca molecular inevitável para manter o nosso motor aeróbico funcionando. A razão é quem dita todos os outros atores.
E se tal reflexão não for suficiente em responder o que é filosofia, não terei a mínima condição de fazê-la.