Dentro da composição de “Estado” ou “Poder” é preciso dizer que o aumento de políticos é (teoricamente) o aumento da representação do povo perante o poder do soberano (no nosso caso: um presidente).
Ou seja, o legislativo é o povo dialogando com o Executivo (eleito pelo povo, mas que executa com certa autonomia).
Senadores juízes das ações do povo dentro da Câmara Federal. Dentro do sistema bicameral em voga no Brasil.
Pois bem, logo enraizar campanhas contra o número de políticos é, a priori, discursar e afirmar que a sociedade faliu e que a democracia é um erro.
Estarás empunhando bandeiras contra a participação popular nas decisões políticas?
Na Grécia, onde o termo “Democracia” foi forjado, Platão denunciava a futilidade que havia tomado conta da Ágora. Assuntos que teriam que ser relevantes sobre o futuro da pólis passaram a disputar espaço com “fofocas” sobre a vida de pessoas públicas, sobretudo escritores e atores de tragédias.
Os sofistas criaram, conforme denúncia platônica, grandes “truques” para que cidadãos gregos fossem hábis na tarefa de convencer pela persuação, sendo, em último caso, importante o tema em discussão.
Pois bem, percebe-se que há algo irracional com o povo. O conjunto de cidadãos que com o exercício do Poder passam a confeccionar vórtice e paradoxo contra a sua própria participação do processo e, alienados, encabeçam campanhas paradoxais que, como pano de fundo, irão a longo prazo ceifar os direitos os quais reclamam.
É ou não é uma tragédia grega?