Soneto do covarde

Embriagado deixo para uma próxima vez, talvez…
Aquilo que negou e deixou, pelas suas mãos, escapar.
Embriagado, deixo mais esta vida que se apontou, às seis;
Com toque aplumado e sútil nesta cútis cintilar…

Vou-me embora e volto quem sabe num sonho;
Vou-me embora sem troco com estilhaços de sentimento.
Deixe-me caminhar na direção como um burro enfadonho.
Deixe-me, não sentirás, tomara Deus,  este toque bisonho.

É hora de partir, sem lembrar o que te fiz.
É hora de sentir, saudades com gosto de anis.
Já é tarde para esperar sua vontade por um triz.

Talvez um dia recorde e sinta o tátil- emotivo…
Suplique para vivenciar este sentimento nocivo.
Naquele dia, lembrará: as lágrimas em seus olhos transbordará.

(Antonio Archangelo)

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