Nos primeiros quatro meses de 2021, a quantidade de desligamentos de trabalhadores/as por morte no Brasil aumentou 89%, saindo de 18.580 para 35.125. Na educação, esse número mais do que dobrou. O setor foi o quarto com o maior registro de contratos formais extintos devido ao falecimento de trabalhadores/as.
Dos cinco setores com maior aumento da quantidade de desligamentos por morte, a educação é o que, em números absolutos, mais teve contratos extintos devido a óbitos.

Entre janeiro e abril de 2021, foram encerrados, devido à morte de trabalhadores/as, 1.479 vínculos de emprego na área. O crescimento foi de 128% em relação ao mesmo período de 2020. O setor respondeu por 4,2% dos desligamentos por esse motivo no país.

Entre as diferentes ocupações do setor, os profissionais do ensino (professores/as e coordenadores/as, entre outros) foram os que mais tiveram vínculos encerrados por morte: 612, em 2021. Os trabalhadores/as dos serviços – que apoiam as atividades dos/as professores/as – formaram o segundo subgrupo mais afetado, com 263 desligamentos por morte. Pertencem a esse grupo faxineiros/as, porteiros/as, zeladores/as e cozinheiros/as.

Entre os profissionais da educação, os professores/as com ensino superior, que dão aulas no ensino médio, tiveram o maior aumento no número de desligamentos por morte. No início de 2021, essa quantidade mais que triplicou em relação a 2020. O número de contratos extintos por morte entre professores/as de nível médio que atuam na
educação infantil e fundamental também teve grande aumento: 238% nos quatro primeiros meses de 2021.

Rondônia, Amazonas e Mato Grosso foram os estados com o maior crescimento no número de desligamentos por morte em 2021, na comparação com o mesmo período de 2020. Essas três unidades da Federação também apresentaram as maiores taxas de mortalidade por covid-19 até junho de 2021.


Texto: Assessoria DIEESE
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