CONSIDERAÇÕES REFERENTES AO TEXTO LITERÁRIO

Olá
Você está no roteiro de estudos para o terceiro bimestre elaborado pelo professor Antonio Archangelo, de Língua Portuguesa, da Escola Estadual Januário SylvioPezzotti, Rio Claro/SP.
Durante o período de isolamento social, este material garantirá a continuidade de seus estudos visando, sobretudo, manter o vínculo com a comunidade escolar e as metas/objetivos de vida para este ano letivo.

Em cada uma das atividades você terá que:

Assistir as aulas no Centro de Mídias;
Concluir a leitura do Roteiro disponibilizado neste site, no grupo de WhatsApp, no Google Classroom ou impresso na escola;
Concluir a leitura complementar sugerida / Participar do projeto de prática;
Concluir o Exercício proposto;
Participar do Fórum.

ATIVIDADE 1 – CONSIDERAÇÕES REFERENTES AO TEXTO LITERÁRIO

  1. Antes da leitura de “Um Apólogo”, texto escrito por Machado de Assis, procure o significado
    para os quatro verbetes do quadro a seguir:
Quadro de definições
a) Apólogo
b) Foco narrativo –
c) Personificação
d) Ironia
  1. Durante a leitura, você deverá:
    a) Sublinhar os trechos que marcam a voz do narrador.
    b) Indicar A (para Agulha), L (para Linha), AL (para Alfinete), antes dos travessões, para determinar as vozes das personagens.
    c) Observar o tempo verbal utilizado pelas personagens.

Para saber mais!

Imagem da página dedicada a Machado de Assis. Disponível em: http://machado.mec.gov.br/. Acesso em: 04 agosto de 2020. Vale a pena navegar por ela!
  1. Sabendo disso, a tarefa agora é fazer a leitura do texto “Um Apólogo”, utilizando os conhecimentos elencados no item 1 e os procedimentos orientados no item 2.
Um Apólogo
ERA UMA VEZ uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir
que vale alguma coisa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar
insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem
cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu.
Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é
que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem
os cose sou eu, e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro,
dou feição aos babados…
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por
você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e mando…
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo
adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e
ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se
disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao
pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano,
pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser.
Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor
das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana —
para dar a isto uma cor poética. E dizia a
agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que
esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os
dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima.
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era
logo enchido por ela, silenciosa e ativa como quem sabe o que faz, e não
está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe dava
resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de
costura; não se ouvia mais que o plic-plic plic-plic da agulha no pano.
Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou
ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o
baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a
vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto
necessário. E quando compunha o vestido da bela dama, e puxava a um lado
ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a
linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa,
fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com
ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira,
antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e
não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai
gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que
não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando
a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
FIM

Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000269.pdf> Acesso em: 20 fev 2020.

  1. Retome as anotações que você fez no texto “Um apólogo”. Observe a quantidade de personagens e o ponto de vista do narrador.
  2. Agora, reveja as definições registradas no quadro do item 1 e, com fundamentação no texto de Machado, explique o que cada definição tem a ver com a história.
Quadro de exemplos
a) Apólogo (Por que o texto foi intitulado “Um apólogo”?)
b) Foco narrativo (Qual é o ponto de vista do narrador de “Um apólogo”? Que trecho exemplifica essa constatação?)
c) Personificação (Retire do texto alguns exemplos.)
d) Ironia (Retire do texto alguns exemplos.)

ASSISTA

Vídeo 1 – #13 Um apólogo (Várias histórias, 1896, de Machado de Assis). Prof. Marcelo Nunes (https://www.youtube.com/watch?v=4Zev8S5KoRE)

FÓRUM – ATIVIDADE 1

Utilize o Youtube, Tiktok, Instagram, Facebook, Twitter ou qualquer aplicativo social para compartilhar suas considerações sobre o conto “Apólogo” do escritor Machado de Assis.
Lembre-se

Para concluir a tarefa, você terá que entrar em contato com o professor e marcá-lo na postagem utilizando o perfil dele no app que você estará utilizando.

Lembre-se, pergunte a ele qual é o app que utilizará e em qual estará marcando-o.
IMPORTANTE: Envie o link com o material no Fórum do Classroom.

Veja também

MITOLOGIA E ATUALIDADE – https://antonioarchangelo.com/2020/08/04/mitologia-e-atualidade/

(RE)VISITANDO A GRAMÁTICA: Vozes verbais – https://antonioarchangelo.com/2020/08/04/revisitando-a-gramatica/

CONECTANDO LABIRINTOS – https://antonioarchangelo.com/2020/08/04/conectando-labirintos/

3 comentários em “CONSIDERAÇÕES REFERENTES AO TEXTO LITERÁRIO

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

%d blogueiros gostam disto:
search previous next tag category expand menu location phone mail time cart zoom edit close