Olá Você está na AULA 01, do 3º bimestre, de Língua Portuguesa, para a 1ª Série do Ensino Médio, do professor Antonio Archangelo, da Escola Estadual Zita de Godoy Camargo, Rio Claro/SP. Durante o período de isolamento social, este material garantirá a continuidade de seus estudos visando, sobretudo, manter o vínculo com a comunidade escolar e as metas/objetivos de vida para este ano letivo. Em cada uma das atividades você terá que: Assistir as aulas no Centro de Mídias; Concluir a leitura do Roteiro disponibilizado neste site, no grupo de WhatsApp, no Google Classroom ou impresso na escola; Concluir a leitura complementar sugerida / Participar do projeto de prática; Concluir o Exercício proposto; Participar do Fórum. PÁGINA CADERNO DO ALUNO (CURRÍCULO EM AÇÃO): 29-32 (vídeos não são obrigatórios para quem não possui acesso a internet) |
PROGRAMAÇÃO CMSP
17/Aug | 18/Aug | 19/Aug | 20/Aug | 22/Aug | |||
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Etapa | Horário | Canal de Exibição | Componente | Componente | Componente | Componente | Componente |
1ª série do EM | 07h30 | APP | Língua Portuguesa Reprise de contraturno | Língua Portuguesa Reprise de contraturno | |||
1ª série do EM | 15h30 | TV Educação + APP | Língua Portuguesa | Língua Portuguesa | Língua Portuguesa Reprise de fim de semana – APP |
A Tecnologia e a era da Informação (ou da desinformação?)
Prezado estudante:
Hoje, muitas pessoas recebem informações via aplicativo de mensagens e as compartilham imediatamente, sem a preocupação de verificar a origem e a intencionalidade do que foi enviado. Mas, e você? Já compartilhou notícias, fotos ou imagens sem antes checar se o conteúdo compartilhado era de fato verdade? E aquele furo de reportagem que você adorou saber em primeira mão e compartilhou na rede social e pelo celular, mas que, logo após, descobriu que não passava de uma notícia furada? As atividades propostas, a seguir, têm como ênfase discussões que permeiam as questões tecnológicas, com foco nas relações que são construídas através das redes sociais.
Texto I
- Analise atentamente as imagens a seguir.

a) Discuta as questões, anotando as respostas em seu caderno:
• O que as imagens possuem em comum?
• Observe-as atentamente e liste por meio de palavras-chave, a que ideias elas remetem?
Para saber mais, acesse:
Aplicativos para Nuvem de Palavras. Ministério da Educação e Cultura, App educacao. Disponível em: https://appseducacao.rbe.mec.pt/category/nuvens-de-palavras/. Acesso em: 13 nov. 2020.
Se dentre todas as palavras-chave, você citou: tecnologia, comunicação, modernidade, internet, redes sociais, entre outros termos afins, você compreendeu a ideia sobre os temas que abordaremos nesta SA1, juntamente com os demais componentes da área de Linguagens: Arte, Educação Física e Língua Inglesa.
Dica: A fim de iniciarmos a discussão sobre o tema: O Uso da Tecnologia no Mundo Contemporâneo e a questão norteadora: “Como utilizar a tecnologia de forma ética e consciente?”, você poderá utilizar os estudos e discussões que também estão sendo realizados nas Situações de Aprendizagem dos demais componentes da área Linguagens, além dos recursos das plataformas digitais e livros didáticos.
b) Pesquise em sites de busca (ou retome as anotações realizadas durante o estudo nos demais componentes da área de Linguagens) o conceito do termo tecnologia e reproduza-o em seu caderno.
c) Retorne às imagens e indique qual (is) desse (s) objeto(s) você utiliza para se comunicar de forma prática e rápida, diariamente?
d) Você prefere ligar para as pessoas ou se comunica por aplicativo de mensagens e redes sociais? Por quê?
e) Sendo a rede social, atualmente, um dos meios de comunicação mais utilizados no mundo, quais são as redes sociais que você mais utiliza? Informe, aproximadamente, quanto tempo você permanece on-line em cada uma delas, diariamente.
2) Leia o texto a seguir.
Texto II
Suicídio Digital
Marcos Rohfe
Andar pelas ruas, pegar o ônibus, fazer compras, ir ao cinema. Qualquer atividade cotidiana inclui o uso do celular, em alguns casos quase como uma extensão do próprio corpo. Nenhuma dessas atividades, aparentemente simples, está imune à existência deste aparelho. Imersas em um mundo quase utópico, caminham as pessoas, comprometidas com uma realidade que aparenta não dialogar de forma explícita com as relações de convívio humanas.
Mas o que caracterizaria, então, as tais relações citadas? Muitas pessoas discorrem sobre a solidão que sentem, mesmo estando cercadas de pessoas em suas redes, compartilhando cada passo realizado durante o dia. Compartilhar virou sinônimo de “estar presente”, de encarar uma personagem virtual que deveria ser um simulacro daquilo que se é na realidade. Fotos selecionadas, feitas com o auxílio dos mais potentes filtros; discursos de ódio, construídos a partir de uma ignorância meticulosamente encorajada pelos donos do poder instituído; frases racistas e homofóbicas destiladas; fake news distribuídas como verdades absolutas… Perfis falsos criados especialmente para atrair pretendentes…
Tudo isso e a percepção sobre tais coisas têm encorajado um número cada vez maior de pessoas a cometerem o chamado suicídio digital, ou seja, um procedimento que possibilita desaparecer do mundo virtual. É possível apagar as contas das redes sociais e solicitar aos mecanismos de busca e pesquisa, como o Google por exemplo, que os dados que possibilitam rastrear as trajetórias no universo on-line do interessado sejam efetivamente deletados. Tentar retomar a realidade e efetivamente viver, sem filtros. Decisão complicada, quando nosso dia é tomado pela participação efetiva em redes sociais, compartilhando sonhos, ideias e perfis falsos, tentando acreditar que somos aquilo que gostamos de teclar.
Poucas pessoas relacionam-se com as redes sociais sem serem tragadas para um universo digital paralelo. O sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman, em seu livro “Modernidade Líquida”, trata da ideia do sujeito líquido, ou seja, aquele em que inúmeras identidades se manifestam em momentos diferentes. Esse conceito se aplica perfeitamente à construção de uma identidade fragmentada que podemos observar nas pessoas que são usuárias de várias redes sociais. É relativamente simples viver uma fantasia de poder e empoderamento através da navegação on-line.
Decidir, então, por afastar-se desse universo torna-se muito difícil, principalmente para a geração dos denominados nativos digitais, que possuem uma relação muito mais imbricada ao uso das ferramentas tecnológicas. Libertar-se, portanto, de uma vida regrada pela dependência de participação em um mundo virtual significa amadurecer a ideia de conviver de forma mais simples, mais humana.
Obviamente não significa distanciar-se da tecnologia ou algo nesse sentido, mas deixar de expor publicamente suas escolhas e sua vida como algo natural. Claro que se a vida da pessoa se baseia 100% em articulações presentes no mundo digital, é preciso verificar as consequências que um sumiço das redes pode proporcionar.
Ter milhares de amigos nas redes sociais e ninguém para conversar pessoalmente, em um barzinho, ou mesmo em casa. Coisa de gente velha? Coisa obsoleta já que é possível trocar impressões via redes digitais? Pode ser … Ou não.
Retomando a ideia de identidade fragmentada, somos seres múltiplos, mas a identidade de cada um é particular e única. Criar no meio digital uma ilusão a respeito do que somos, em algum momento, nos colocará em situações difíceis de resolver. Além disso, ao associar-se a uma rede qualquer, nossa privacidade deixa de existir e podemos ser expostos, a qualquer momento, a toda sorte de situações. Nesse caso, cometer o chamado suicídio digital pode ser uma boa saída para tentar ter uma vida real, mais saudável e verdadeiramente próxima de nossa família e amigos.
Para saber mais, acesse:
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. In: Mundo da Educação. Disponível em: https:// mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/modernidade-liquida.htm. Acesso em: 13 nov. 2020.