
Com o início da 16ª gestão e rumo aos 42 anos da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), a presidente eleita Rosana Onocko Campos enfatizou que a associação “nunca se furtou à luta e sempre defendeu e defenderá a democracia, a justiça social e o direito à saúde. Nisso, ela se junta a outras entidades da sociedade civil que tem dado mostras de coragem e articulação nos tempos infames que vivemos. Mas, dentre todas elas – nossas grandes parceiras, a Abrasco tem uma característica preciosa que deve ser preservada e que é sua especificidade de representação de um campo – o da Saúde Coletiva – que aglutina o melhor do pensamento científico e um grande engajamento de milhares de profissionais e trabalhadores da saúde, todos unidos na defesa da saúde e dos direitos do povo brasileiro” pontuou.
“A pandemia vai passar, este governo infame vai passar e nós precisaremos estar prontos, com soluções a oferecer para reconstruir sobre as ruínas. O presente que habitamos é um tempo de violências, e, pelo tanto traumático. Em momentos assim – quem trabalhamos no campo da subjetividade sabemos – cria-se uma espécie de estado confusional. Ali recuperar a capacidade de pensar e refletir torna-se estratégico. A enxurrada de barbaridades a que assistimos todo dia destina-se a impedir nossa capacidade de pensar, de sonhar, de criar. A ela vamos contrapor o desenvolvimento de ‘um lugar e um tempo’ – como dizia Winnicott – no qual possamos pensar e inventar soluções para os mares mais calmos que aguardam nosso braço pela frente. Porque – parafraseando o poeta – “a esperança equilibrista sabe que o show de todo artista deve continuar” concluiu.
Homenagens e história
A sessão que contou com os presidentes Gastão Wagner, Luis Eugenio de Sousa, Luiz Augusto Facchini, José da Rocha Carvalheiro, Paulo Gadelha, José Noronha, Rita Barradas e Cecília Minayo, e do secretário executivo da fundação da Abrasco e ex-presidente da Fiocruz Paulo Buss.
Celebraram o novo tempo da Abrasco entidades parceiras da Reforma Sanitária, nas presenças de Lúcia Souto, presidenta do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes); Dirceu Greco, presidente da Sociedade Brasileira de Bioética (SBB); Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS); Sonia Acioli, presidente da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn); Priscila Viegas, da coordenação da Associação Brasileira dos Terapeutas Ocupacionais (Abrato) e da Frente Nacional dos Trabalhadores da Saúde (Fentas); e Lenir Santos, do Instituto de Direito Sanitário Aplicado (Idisa). Em todas as falas, os dirigentes reforçaram o papel central que a atual diretoria teve na construção de respostas e mobilizações nesse delicado momento atravessado pelo país, galvanizadas na Frente Pela Vida.
Sobre Rosana Onocko Campos
Possui graduação em Ciências Médicas pela Universidade Nacional de Rosário/Argentina (1986), residencia médica em Medicina Interna também pela UNR (1989), Especialização em gestão hospitalar pelo Technnion Institute/Israel (1993), mestrado em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas (1998), doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas (2001) e livre-docência pela Universidade Estadual de Campinas (2013). Desde 2004 é professor RDIDP da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas. Coordenou o Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas. Coordenou a comissão de pós-graduação da FCM/Unicamp entre 2014-2018. Psicanalista. Atualmente é Visiting Professor no Departamento de Psiquiatria da Universidade de Yale (2018-19). Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase nos seguintes temas: saúde coletiva, gestão e subjetividade, saúde mental, planejamento em saúde e políticas públicas, avaliação de políticas e serviços. Foi assessora da Política Nacional de Humanização e da Coordenação Nacional de Saúde Mental/MS. Participa ativamente da formação de médicos e é Coordenadora do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental e Coletiva. Coordena o grupo de pesquisa Saúde Coletiva e saúde mental: Interfaces desde 2003. Além disso, é orientadora de mestrado e doutorado. Bolsista PQ 2 do CNPq. (Fonte: Currículo Lattes)