
A fala do prefeito eleito Gustavo Perissinotto (PSD) em programa de rádio de Rio Claro nessa terça-feira (6) provocou reações na educação municipal em relação ao planejamento adotado pela rede durante o período de isolamento social imposto devido a pandemia de Coronavírus.
Perissinotto afirmou que vai autorizar a voltas às aulas presencias e opinou que a Secretaria Municipal da Educação, em 2020, “não se preparou, nada fez” visando o retorno das atividades escolares, e que a nova Administração iria “começar do zero”.
Para o ex-secretário da Educação, Profº. Adriano Moreira, as opiniões do prefeito não possuem fundamento.
Obviamente, o Prefeito possui todo o direito de emitir sua opinião sobre a política educacional adotada entre os anos de 2017 e 2020, especialmente, no ano afetado pela pandemia, discordar dela ou criticá-la, contudo, é salutar para o debate democrático, que estas impressões não sejam desacompanhadas dos fatos. Nesse sentido, forçoso mencionar que as opiniões do Prefeito não dispõem de fundamento.
A Secretaria Municipal da Educação, em julho de 2020, dentre outras coisas, apresentou para consulta pública um Plano de Retomada das Atividades Presenciais. Posteriormente, após receber centenas de manifestações, ele foi encaminhado a uma Comissão Intersetorial (Decreto 11.943 de 22 de setembro de 2020) composta democraticamente por profissionais da educação, conselhos municipais, Secretarias e órgãos públicos, para que pudesse ser aperfeiçoado.
Adriano Moreira
Adriano lembra ainda que
No dia 30 de dezembro de 2020 os grupos de trabalho que compõe a Comissão remeteram à Secretaria Municipal da Educação os componentes do Plano para sistematização e homologação do Prefeito. Portanto, a nova Administração não começará do zero, mas a partir da experiência e do conhecimento acumulado e organizado por inúmeros profissionais, de diferentes segmentos, tudo isso produzido num ano completamente atípico, com incontáveis limitações.
Moreira cita que a Secretaria Municipal da Educação também adquiriu todos os insumos solicitados pelas escolas municipais para a retomada das atividades presencias:
- Acrílico de proteção com instalação e acessórios (Contrato N° 212/2020);
- Totens para álcool gel; protetor facial anti respingos; luvas para procedimentos (Contrato N° 213/2020); luvas não cirúrgicas (Contrato N° 214/2020);
- Tapetes sanitizantes (Contrato N°215/2020);
- Mascaras em tecido tricoline lavável e reutilizável (Contrato N°84/2020);
- Termômetros digitais (Contrato N°122/2020).

Ressalta-se que a grande maioria destes itens sequer foram entregues às escolas municipais, estando, pois, à disposição da nova Administração. Além disso, foram comprados todos os outros itens destinados à limpeza e higiene das escolas municipais (detergente, sabonete, cloro etc.). Ademais, deixamos em caixa, de recursos oriundos do QESE (salário educação) R$7.729.422,13 para serem empregados, em 2021, em conformidade ao que for determinado pelos protocolos de saúde e/ou nas demais demandas educacionais. Por fim, a Secretaria Municipal da Educação, em 2020, assumiu decisões relevantes, num momento inédito na história da humanidade, com todos os seus desafios e dificuldades e, o fez, com o intuito principal de proteger vidas. Assim, desejamos que em 2021 as autoridades responsáveis prolatem decisões que não coloquem em risco a vida de estudantes, servidores públicos municipais e comunidade escolar.
Adriano Moreira