AULA 2 – A NARRATIVA EM OUTRO GÊNERO TEXTUAL: O POEMA

Olá,

Você está no roteiro de estudos para o QUARTO bimestre elaborado pelo professor Antonio Archangelo, de Língua Portuguesa, da Escola Estadual Januário Sylvio Pezzotti, Rio Claro/SP.

Durante o período de isolamento social, este material garantirá a continuidade de seus estudos visando, sobretudo, manter o vínculo com a comunidade escolar e as metas/objetivos de vida para este ano letivo. Ele é baseado no conteúdo do Caderno do Aluno.

Em cada uma das atividades você terá que:

Assistir as aulas no Centro de Mídias;
Concluir a leitura do Roteiro disponibilizado neste site, no grupo de WhatsApp, no Google Classroom ou impresso na escola;
Concluir a leitura complementar sugerida / Participar do projeto de prática;
Concluir o Exercício proposto;
Participar do Fórum.

OBJETIVO DA AULA
Ler e analisar poema com estrutura narrativa, percebendo que os elementos da narrativa, também, podem estar presentes em outras estruturas, como nesse gênero textual.

ATIVIDADE

1. Leia este trecho do Capítulo VIII, da obra Dom Quixote, de Miguel de Cervantes:

Texto 2:

Do bom sucesso que teve o valoroso D. Quixote na espantosa e jamais imaginada aventura dos moinhos de vento, com outros sucessos dignos de feliz recordação. Quando nisto iam, descobriram trinta ou quarenta moinhos de vento, que há naquele campo. Assim que D. Quixote os viu, disse para o escudeiro:

— A aventura vai encaminhando os nossos negócios melhor do que o soubemos desejar; porque, vês ali, amigo Sancho Pança, onde se descobrem trinta ou mais desaforados gigantes, com quem penso fazer batalha, e tirar-lhes a todos as vidas, e com cujos despojos começaremos a enriquecer; que esta é boa guerra, e bom serviço faz a Deus quem tira tão má raça da face da terra.

— Quais gigantes? — disse Sancho Pança.
— Aqueles que ali vês — respondeu o amo — de braços tão compridos, que alguns os têm de quase duas léguas.
— Olhe bem Vossa Mercê — disse o escudeiro — que aquilo não são gigantes, são moinhos de vento; e os que parecem braços não são senão as velas, que tocadas do vento fazem trabalhar as mós.
— Bem se vê — respondeu D. Quixote — que não andas corrente nisto das aventuras; são gigantes, são; e, se tens medo, tira-te daí, e põe-te em oração enquanto eu vou entrar com eles em fera e
desigual batalha. Dizendo isto, meteu esporas ao cavalo Rocinante, sem atender aos gritos do escudeiro, que lhe repetia serem sem dúvida alguma moinhos de vento, e não gigantes, os que ia acometer. Mas tão cego ia ele em que eram gigantes, que nem ouvia as vozes de Sancho nem reconhecia, com o estar já muito perto, o que era; antes ia dizendo a brado: — Não fujais, covardes e vis criaturas; é um só cavaleiro o que vos investe.
[…]

CERVANTES, M. D. Quixote: Vol. I. eBooksBrasil, 2005. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/eb00008a.pdf> . Acesso em: 7 jul. 2020

LEITURA COMPLEMENTAR: DOM QUIXOTE

ASSISTA: https://www.youtube.com/watch?v=wbUY2rMVbmk

Agora, observe a imagem a seguir.

Como essa imagem se relaciona ao trecho lido?

2. Leia o poema a seguir.

Texto 3:

Dom Quixote


Adelina Lopes Vieira


Paulo tinha seis anos incompletos;
tinha só quatro o louro e gentil Mário.
Foram à biblioteca, sorrateiros,
e ficaram instantes, mudos, quietos,
a espreitar se alguém vinha;
então, ligeiros como o vento,
correram p’ra o armário,
que encerrava os volumes cobiçados:
eram dois grandes livros encarnados,
cheios de formosíssimas gravuras,
mas pesados, meu Deus!
0s pequeninos
porfiavam, cansados, vermelhitos,
por tirá-los da estante.
Que torturas!
‘Stavam tão apertados, os malditos!
Enfim, venceram não sem ter lutado…
Paulo entalou um dedo, o irmãozinho,
ao desprender os livros, coitadinho!
cambaleou, e foi cair… sentado.
Não choraram: beijaram-se contentes
e Paulo disse a Mário: Que bellote!
vamos ver à vontade o D. Quixote,
sem os ralhos ouvir, impertinentes,
da avó, que adormeceu. Oh! que ventura!
Mário, tu não te mexas, fica atento:
eu vou mostrar-te estampas bem pintadas
com uma condição: cada figura
há de trazer ao nosso pensamento
uma dessas partidas engraçadas,
que eu sei fazer. Serve-te assim?
— ‘Stá dito.
Oh! que homenzinho magro! Que esquisito!
Quem é?
— É D. Quixote.
— o barrigudo
é dona Sancha, que a mamãe me disse.
— Dona Sancha é mulher. Oh! que tolice!
O nome que ele tem, bobo, é Pançudo.
— Que está fazendo o padre na cadeira,
a entregar tanto livro à rapariga?

— São livros maus, que vão para a fogueira.

— Quais são os livros maus?

— Não sei, mas penso que devem ser os que não têm dourados nem pinturas. Por mais que o papai diga que o livro é sempre bom, não me convenço.

— Ouves? Chamam por ti, fomos pilhados!

— Meu Deus, como há de ser?

Mário, depressa, vamos arrumar isto; assim. — Não cessa De chamar-nos a avó!

— Pronto. — Inda faltam três livros.

— Já não cabem.

— Que canseira!

— Têm figuras?

— Não têm.

— Capas bonitas?

— Também não têm.

— Então são maus e saltam pela janela: atira-os à fogueira. Eram Sêneca, Eurico e Os jesuítas.

Escaparam do fogo os condenados, ficando um tanto ou quanto amarrotados.

Salvou-os o papai, mas impiedoso, fechou a biblioteca, e rigoroso condenou os dois réus, feroz juiz!

A soletrar… os Contos Infantis.

VIEIRA, A. L. Dom Quixote. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/wk000074.pdf.
Acesso em: 06 jun. 2020.

ASSISTA: https://www.youtube.com/watch?v=1pusijU9MYI

Agora, vamos trabalhar em grupo, respeitando as orientações das autoridades de saúde.

Identifiquem os elementos da narrativa que compõem esse poema.

Enredo:

Espaço e tempo:

Personagens e características:

Narrador e conflito:

Não se esqueça de realizar a pesquisa solicitada na aula anterior. Ela será utilizada na atividade da próxima aula (Aula 3).

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