Caderno Literário traz novos poemas de rio-clarenses

“A Reprodução Proibida” (1937), de René François Ghislain Magritte

A vocação literária de Rio Claro, que na última quarta feira completou 193 anos de fundação, se mantém viva durante a pandemia que assola o mundo. Na nova edição do Caderno Literário 85, da editora Pragmatha, que entrou em circulação esta semana, voltou a exibir trabalho dos poetas rio-clarenses: Antonio Archangelo e Rosa Acassia Luizari integrante da Academia de Artes, Ciências e Letras do Brasil.

Archangelo começou a escrever poemas quando passou a frequentar, ainda adolescente, o extinto CLIRC, onde escritores rio-clarenses se reuniam no Gabinete de Leitura da cidade. A paixão pelos poemas aconteceu ainda na Escola Estadual João Batista Leme pelas mãos da professora Vera Peão.

Ao retornar as reuniões, agora no Grupo Ipsis Litteris conheceu o trabalho de Rosa Luizari e passaram a publicar seus trabalhos em diversas publicações nacionais e em países lusófonos. Luizari é professora da rede municipal de Rio Claro . Archangelo da rede estadual.

Ambos desenvolvem divulgação de obras literárias e declamação poética para seus alunos.

Nesta edição do Caderno Literário foram selecionados 85 trabalhos poéticos de toda a comunidade lusófona.

O Caderno está disponível na versão em PDF no facebook, página do Caderno Literário.

Confira o poema de Rosa Luizari:

Entre o ser e o estar

Rosa Acassia Luizari
Rio Claro / SP

Sou
e porque sou
estou aqui:
corpo-mente-conexão
razão palpável,
carne reflexão.
Estou
e porque estou
sou agora:
corpo-mente-história
diário afoito,
mulher trajetória

Poema de Antonio Archangelo:

Crioulês

Antonio Archangelo
Rio Claro / SP

Não há em Portugal,
nem em toda lágrima que virou sal,
de maneira galega ou ligeira,
um português crioulo como o do Brasil!

Não há os gritos de Cunhambebe em Ipanema,
Não há a milícia de João Ramalho, peró!
Não há gamba zumba, nem a polenta, muita polenta!

Não há português, de Portugal!
O que anda por aqui, pelos becos, pelas ruas,
é filho seu, porém, rebelde!

Ele anda por Maputo, Luanda, Díli, Macau, mil lugares…
A espreita nos guetos, dos insurretos, dos iletrados,
dos que derrubaram a realeza na cidade do Porto!

Vive, mas não órfão.
Das mãos surradas de suas várias mães,
Das lágrimas escravas e desesperadas…

Vive e evolui,
arrebenta a fibra dos lusitanos,
que vulgarmente gestaram seu modo de latim!

Talvez seja isso!

Filho destronou o pai,
E foi ser gauche na vida

As reuniões do Centro Literário Ipsis Litteris, acontecem no Gabinete de Leitura de Rio Claro, localizado na Avenida 04, nº 427, Informações pelo telefone 19 3522-4077. Ou pela página no facebook: https://www.facebook.com/IPSISLITTERISII.

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