As relações humanas na escola

As Relações Humanas na Escola para Paulo Freire

Paulo Freire (1979, 1985)

Paulo Freire (1979, 1985) defende a educação para orientar o sujeito a passar de uma “consciência ingênua” para uma “consciência crítica” a respeito das suas relações com o mundo. Assim, defende que pelo exercício de reflexão, sobre aspectos vivenciados na realidade social, essa mesma realidade torna-se conhecida e passível de ser compreendida enquanto condição própria e, assim, com maior significado. Nesse sentido, Freire propõe que a educação e a escola devem exercer papel fundamental na conscientização dos indivíduos, desde que haja planejamento comprometido com esse movimento e que se promova o diálogo entre os indivíduos envolvidos no mesmo contexto de realidade.

Autor de Pedagogia do Oprimido, livro que propõe um método de alfabetização dialético, se diferenciou do “vanguardismo” dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático. Trata-se da terceira obra mais citada em trabalhos acadêmicos da área de humanas em todo o mundo, à frente de clássicos como Vigiar e Punir de Michel Foucault e O Capital de Karl Marx.

Foi o brasileiro mais homenageado da história, com pelo menos 35 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da Europa e América; e recebeu diversos galardões como o prêmio da UNESCO de Educação para a Paz em 1986. Em 13 de abril de 2012 foi sancionada a Lei nº 12.612, que declara o educador Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira.

Dialogar é a expressão máxima das relações humanas na educação e permite que, nas trocas constantes, os sujeitos, ao se comunicarem, promovam as interações sociais, potencializem a formação de pensamentos, criem, busquem e, vivam em harmonia percebendo-se como necessários e importantes para a cultura e história.

As Relações Humanas na Escola para Lev Vygotsky

Para Vygotsky, não há desenvolvimento humano sem as interações sociais historicamente demarcadas. Eu e o outro/outros temos uma significação fundamental para que o sujeito e o mundo possam avançar. É nas relações humanas que o ser se torna verdadeiramente humano. Nesse sentido, a linguagem e as suas relações com o pensar são lugar central na obra de Vygotsky. Para ele,a linguagem tem como funções básicas o intercâmbio social e a organização da realidade no processo de pensamento.

Vygotsky afirma que a linguagem possui duas funções básicas: intercâmbio social e pensamento generalizante. A função de intercâmbio social é bem visível nos bebês, uma vez que conseguem, por meio de gestos, expressões e sons, demonstrar seus sentimentos, desejos e necessidades. A função de pensamento generalizante pode ser exemplificada quando falamos, por exemplo, a palavra boi. Independentemente de ter visto de perto algum boi ou de comer ou não sua carne, nosso pensamento classifica tal palavra na categoria animais e nos remete à sua imagem.

As Relações Humanas na Escola para Henry Wallon

Henry Wallon defende que a relação que a pessoa mantém como o seu meio é de extrema importância para a formação de sua personalidade, ou seja, ajuda a organizar o modo como o indivíduo vai se posicionar frente à sociedade,determinando papéis e lugares a serem desempenhados no conjunto/coletivo.Conviver e se relacionar em grupos, segundo Wallon, dá ao homem ferramentas para tornar-se um ser da humanidade. É nessa situação que a pessoa poderá vivenciar diferentes realidades e histórias, alargando sentidos para perceber a diferença entre si e os demais membros do seu meio físico e social. Importante ressaltar que é pelas relações humanas que a emoção, o afeto, os sentidos se organizam e se orientam. O humano se faz humano na medida em que constrói pensamentos e ações refletidas e lógicas para conscientizar-se do como afeta e é afetado nas suas relações. A afetividade, ou seja, os vínculos pensados criticamente, não nasce com a pessoa; é elaborada conforme as respostas dos grupos da qual pertencemos.

As Relações Humanas na Escola para Jean Piaget

Piaget

As relações humanas para Piaget são fundamentais quando partimos da discussão de que ele defende a teoria de que os sujeitos são, no princípio do seu desenvolvimento egocentristas. O que significa isso? Piaget empregava o termo para explicar o nascimento do pensamento da criança no seu estado mais primitivo, ou seja, sem a socialização, a criança tende a apresentar conceitos e explicações que são particulares e pessoais, sem ligação com a lógica do que é aceito na cultura como condição geral. Para a criança, o objeto ganha significados e conotações que, na maioria das vezes, só ela entende. Desta forma, a escola e a educação (como um todo) têm um papel importante,ao promover situações que provoquem no sujeito maneiras de conflitar o seu ponto de vista com outros tantos, de forma que sejam primadas a construção progressiva de novas noções e ações frente a si e ao mundo. As novas possibilidades não são a negação das anteriores, tudo funciona em sistema integrado em que posições anteriores são bases para as posteriores, em um contínuo de aperfeiçoamento homem-mundo e vice-versa.

As Relações Humanas na Escola para B.F. Skinner

(C) B.F. Skinner.

Para Skinner a maior parte de nosso comportamento é aprendido por meio do condicionamento operante, ou seja, pelas consequências de nossas respostas aos estímulos do ambiente. Quando Skinner fala em ambiente, ele está se referindo não apenas ao meio físico em que vivemos, mas também às pessoas e à cultura. Podemos dizer assim que as relações humanas são fundamentais na perspectiva de Skinner, à medida que elas são parte inerente do terceiro nível de seleção de comportamentos que é a cultura. Comportamentos que são parte da cultura são por exemplo, as festividades, costumes e crenças. Acreditar que é preciso cuidar da infância das crianças é parte de uma cultura e ajuda a melhorar a qualidade de vidadas crianças e, por conseguinte dos adultos e de toda a sociedade.

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