I. Assim como um iceberg rompendo o mar gélido nos fiordes noruegueses, és nossa fiel tentativa de trazer para o mundo sensível o nosso “Eu”, lapsos da razão que nos torna o que somos.
II. Poderíamos ser categorizados como plantas ou qualquer outro animal, mas nossa busca insaciável pelo “Eu” e sua intervenção no mundo sensível – ou seja, o mundo onde experimentamos vida, torna-nos únicos.
III. Sistematizar este refluxo que transcende de um emaranhado de neurônios e pulsos elétricos é um dos grandes objetos da Filosofia. Trazer a baila o abstrato e decodificá-lo aos demais seres de nossa espécie. Para isso, o método. Um checklist que facilita a compreensão da mensagem e seu objetivo. O que tal pensamento objetiva de concreto, por mais abstrato que seja.
IV. Os pensamentos – estes seres abstratos que escravizam nossa mente, podem mudar, podem evoluir ou podem ser abandonados. Mas o sistema de entendimento do mesmo é essencial para que possamos promover updates rotineiros de nosso software.
V. Logo, a busca pela verdade é um pacote de dados com utilidade em determinado tempo/espaço. Este poder vir a ser atualizado. Das cosmogonias do Demiurgo a teoria das cordas e do caos. De uma prisão eterna no fundo de uma caverna, para a liberdade iluminista. Este avanço nos pacotes de dados oriundo de uma complexa máquina (hardware) e a modernização constante de nosso software propiciam tal avanço, dentro de um código pré-estabelecido. Da dialética platônica, a dialética de Hegel ou a dialética materialista marxista.
VI. O combustível é a vontade de racionalizarmos tudo em nossa volta. Verdadeiros computadores de alta tecnologia. E a filosofia auxilia neste complexo processo que vive se alternando.
Errare humanum est
Antonio Archangelo 16/04/2020