O latim é uma língua pertencente à família indo-européia, tal como o grego, o sânscrito, o escandinavo antigo, o russo e várias outras.
Nenhum traço material do, digamos, idioma original indo-europeu, o qual deve ter sido falado há cerca de cinco mil anos atrás, sobreviveu, mas a partir do estudo comparativo entre as várias línguas da família, os linguistas conseguem reconstruir vários elementos deste, como por exemplo raízes, radicais, desinências, etc.
À essa língua reconstruída dão o nome de proto-indo-europeu. Não se sabe ao certo o local de origem dos falantes do indo-europeu, mas as teorias mais
aceitas postulam que este seja em algum lugar da Estepe Pôntica ao norte do Mar Negro, na Anatólia (atual Turquia) ou no Cáucaso, mais precisamente na atual Armênia. A partir de um destes locais, os falantes dessa língua teriam imigrado para as mais diferentes áreas da Europa e da Ásia.

Os motivos dessa imigração são desconhecidos, assim como se conhece muito pouco sobre seus mores (costumes); o pouco que se sabe provém dos
estudos de linguística comparativa e de religião comparada.
Dentro da família indo-européia, o latim pertence ao subgrupo itálico, e, dentro deste, às línguas latino-faliscas. Alguns linguistas propõem ainda um subgrupo anterior ao itálico, o ítalo-céltico.
Traçar a história do latim pré-clássico, mais conhecido como latim arcaico, não é tarefa simples. As mais antigas inscrições em latim que nos são conhecidas são, em sua maior parte, fragmentárias.
Datam do século VI a. C. e são encontradas na região do Lácio, onde fica Roma. Nesse período, a Itália era um amálgama das mais diferentes línguas: etrusco, grego, gaulês, osco, umbro, entre muitas outras.
Ora, é costume apontar como local de origem do latim o Lácio, e salientar que de lá, com as conquistas militares de Roma, se espalhou para outras regiões da Península Itálica e, depois, para outros locais na Europa, Ásia e África.
ALFABETO
O alfabeto latino tem origem no alfabeto etrusco, que por sua vez era uma adaptação do alfabeto grego.
Abaixo, o alfabeto latino do período clássico, composto de 23 letras:
A B C D E F G H I K L M N O P Q R S T V X Y Z

PRONÚNCIA
VOGAIS
A: sempre aberta, como em português.
E: quando breve, aberta, quando longa, fechada.
I: como em português.
O: quando breve, aberta, quando longa, fechada.V (u): como em português.
DITONGOS
AE: pronuncia-se “ai”.
AV (au): como em português.
EV (eu): como em português.
VI (ui): como em português.
CONSOANTES
B: oclusiva labial sonora, como em português
C: oclusiva velar surda, como em “casa”, “cor”, “curdo”.
D: oclusiva linguodental sonora, como em português.
F: fricativa surda labiodental, como em português.
G: sempre oclusiva velar sonora, como em “gato”, “gosto”, “guri”.
H: aspirado, como no inglês “home”, ou simplesmente não pronunciado.
I: pronuncia-se tal como o vocálico.
K: possui o mesmo valor fonético de C; encontrada apenas em inscrições do período arcaico, abreviaturas e palavras de origem grega.
L: no início de sílaba ou palavra, palatalizada como em português; ao final de sílaba ou palavra, velarizada como o l final do português de Portugal.
M: oclusiva bilabial nasal como em português, inclusive quando em posição final; alguns gramáticos sugerem que, quando em posição final, nasaliza a vogal precedente, enquanto que outros dizem que a vogal não é nasalizada.
N: oclusiva linguodental nasal; quando final, deve ser também articulado, pronunciado.
P: oclusiva bilabial surda, como em português.
Q: aparece apenas no dígrafo qu, soando sempre como em “quatro”.
R: vibrante alveolar, como no típico sotaque do paulistano do bairro da Mooca.
S: sempre uma linguodental sibilante surda, como no português “discurso”, “poça”, “massa”.
T: oclusiva linguodental surda.
V (u): pronuncia-se tal como o u vocálico.
X: soa sempre ks, como em “anexar”.
SINAIS UTILIZADOS PARA A TRANSLITERAÇÃO DE PALAVRAS GREGAS
Y: pronuncia-se como o ü alemão ou u francês; deriva do u (upsilon).
OE: pronuncia-se “oi”.
Z: pronuncia-se mais ou menos como “zd”; deriva do z (zeta).
CH: oclusiva velar surda aspirada, mas a pronuncia pode ser aproximada ao k do português; usado para grafar o c (chi).
PH: oclusiva bilabial surda aspirada, mas a pronuncia pode ser aproximada ao f português; usado para grafar f (phi).
PS: tal como no português, ex: psicólogo; usado para grafar o y (psi).
TH: oclusiva dental surda aspirada, mas pode-se pronunciar como o th inglês, como em “three”; usado para grafar o q (theta).
ACENTO
As palavras latinas são sempre paroxítonas ou proparoxítonas.
Não há oxítonas.
Portanto, todos os dissílabos são paroxítonos.
Quando a palavra possuir três ou mais sílabas, a acentuação é determinada pela quantidade vocálica da antepenúltima sílaba: se longa, paroxítona, se breve, proparoxítona.
Os ditongos são sempre longos, assim como é longa a vogal seguida de duas
consoantes (ex: lamenta).
Há também as palavras átonas, tais como preposições simples (ex: ad) e
conjunções (ex: et), etc.