Refletir sobre nossos aspectos mentais, sobretudo, sobre a nossa existência é uma questão antiga para a humanidade e de difícil resposta consensual. Sabemos, com a revolução tecnológica das últimas décadas, que a ciência cognitiva pode auxiliar nas questões da filosofia da mente. Refletir sobre até que pontos somos apenas máquinas evolutivas programadas para aprender e se adaptar aos desafios enquanto uma espécie qualquer?
Tal tendência, acorda velhos debates como o incitado pela questão de até que ponto, a visão dualista platônica de mundo das sombras e o mundo das ideias, será apenas um mito com o avanço de técnicas que permitem, cada vez mais, a auto programação de nosso muito bem equipado computador de bordo que recebemos no dia em que nascemos?
Se a primeira hipótese for a verdadeira, ou seja, somos meramente máquinas programadas pela adaptação ou seleção natural. Longe de mim dar este veredicto, mas viveríamos em um mundo programado, semelhante, como se estivéssemos em um jogo similar ao “The Sims”.
Se a segunda for a mais plausível, ou seja somos, inevitavelmente, duais. Caminharemos para um novo patamar de discussão, pois a segregação entre o “eu” e o “nós” se dará apenas no aspecto do homem social, como diria Rousseau. Unidos inseparavelmente no mundo ideais.
Se, porém, as duas correntes estiverem entrelaçadas com objetivo da transcendência, num sentido existencial budista, teremos que repensar, de fato, o que estamos fazendo com nossas vidas.