Comprar o argumento de que vivemos num país igualitário é assinar a ordem de execução de milhares de famintos que vivem no Brasil.
Discursar, compartilhar e integrar grupos de extermínio da equidade é atestar a falência do único legado de justiça social deixada neste país pelas mãos do rio-clarense Ulysses Guimarães.
O passivo social é gigantesco, um país que vive de solavanco autoritários ou acordos secretos, de maneira certeira, deixou em sua alma o sangue de cativos, nativos, famintos, miseráveis e tantos outros que buscam, talvez, tão somente, a oportunidade de acesso.
Não há de se falar em liberdade, liberal strictus sensus, sem que o Estado de bem estar social ampare tais grupos renegados de Cunhambebe a Zumbi.
São estes que, como fantasmas, atormentam o futuro de milhões de escravos livres. Escravos de exploração, escravos de uma cultura-mania, escravos de mensagens publicitárias que ditam o que falta em suas vidas, a comida ausente, o transporte decente, a educação libertadora.
Não é uma questão de proselitismo petista, marxista, neo pentecostais; é compromisso com quem de fato almeja um país que reduza suas desigualdades por convicção, por religião ou por compromisso humanitário e quebre, de fato, os grilhões que se erguem como muralhas para quem busca um lugar ao sol no hy-Brazil (terras afortunadas sitas a oeste do continente europeu).