É comum que o processo reflexivo demora por permear as estruturas de entendimento dos atores envolvidos numa discussão relacionada ao conceito novo.
Fala-se aqui, sobre a necessidade de que os atores envolvidos contenha um conhecimento prévio – subsunçores para iniciar um processo de discussão crítica. Ao não identificar as amarras do próprio sistema o qual faz parte, tende o pesquisador a ignorar pontos importantes que possam aprofundar a temática.
Quando trazemos a discussão para o campo Saúde Coletiva, existe uma tendência que cupaliza o servidor (profissional de saúde) pelas mazelas do sistema. Do outro lado deste pêndulo, existem, também, os que colocam sobre a opressão sistêmica provida por interesses do grande capital para o não funcionamento do Sistema Único de Saúde, acusando, paulatinamente, o suposto processo de desmonte do processo.
Sem fazer juízo de mérito, propõe-se, então, a necessidade dos pesquisadores conhecerem teoricamente as duas versões supracitadas para, num processo reflexivo, construir sua própria tese sobre a situação em tela.
Neste contexto, após discussão do pequeno grupo, a hipótese é de que os processos avaliativos não são capazes de promover mudança de paradigma, já que são utilizados para mensurar o suposto conhecimento do aluno dentro de regras estabelecidas pelo paradigma vigente.
Logo, com a mudança (ou tentativa) do paradigma é necessário repensar o processo de avaliação:
(…) sobretudo, como proceder no processo avaliativo que deve ser um ato democrático, prazeroso, que contemple os interesses dos alunos em relação aos instrumentos avaliativos utilizados, respeite o seu ritmo de aprendizagem e de modo especial seja um momento de diagnóstico, para que haja o reensino do que foi ensinado e não foi aprendido, de progressão para aprendizagens posteriores e não de punição, de acerto de contas, de classificação e de exclusão (BRITO,2012)
Pode-se então chegar a hipótese de que as ferramentas de avaliação reproduzem e afirmam o paradigma pelo qual o aluno sendo educado. Dentro de uma mudança de paradigma, é necessário a utilização de novas ferramentas de avaliação com citado acima. Pois, sem esta mudança na avaliação, o paradigma vigente, de algum forma, estará se perpetuando nas relações de ensino-aprendizagem.
REFERÊNCIAS
Brito, Maria Cavalcanti. “O professor, a Aprendizagem Significativa e a avaliação: Base para o sucesso escolar do aluno.” Seminário in Associação Nacional de Política e Administração Pública, 2012. Disponível em http://www.anpae.org.br/seminario/ANPAE2012/1comunicacao/Eixo03_38/Rosa%20Maria%20Cavalcanti%20Brito_int_GT3.pdf [acesso em 15 de Mai 2018].
Marra, Vera Lucia Neves. “Metodologias De Aprendizagem Ativa Na Graduação Médica: Uma Proposta De Ensino-Aprendizagem De Segurança Do Paciente.” doi:10.17771/pucrio.acad.26419.
Masini, Elcie F. Salzano, and Marco Antonio Moreira. “Aprendizagem Significativa Na Escola.” 2017, doi:10.24824/978854441981.6.
Moreira, Marco A., and Masini, Elcie F. Salzano (Elcie Fortes Salzano). Aprendizagem Significativa: a Teoria De David Ausubel. Centauro, 2002.
Santos, Júlio César Furtado dos. Aprendizagem Significativa: Modalidades De Aprendizagem e o Papel Do Professor. Mediação, 2008.